24.2.10

História dos Judeus nos EUA terá grande museu

O novo Museu Nacional da História dos Judeus Americanos [National Museum of American Jewish History], com inauguração marcada para novembro próximo na Filadélfia, mostrará uma saga que começou há 350 anos e prossegue até os dias de hoje, uma história de sucesso e superação que produziu grande impacto no imaginário coletivo ocidental.

Acima, o quadro em que o Museu mostra a quantas anda sua construção, que é informada no site  http://www.nmajh.org/ , onde podem ser vistas as fotos da obra em progresso.

Essa transparência, mais a abertura para a participação popular, são aspectos interessantes do Museu. Foi por eleição direta (mais de 209 mil votos, vindos de 56 países) que foram escolhidas as primeiras 18 personalidades que terão suas vidas e obras retratadas na Galeria da Fama, devidamente chamada Only in America Gallery/Hall of Fame.

A Galeria incluirá nomes como Irving Berlin, Leonard Bernstein, Albert Einstein, Estée Lauder, Emma Lazarus, Golda Meir, Isaac Bashevis Singer, Steven Spielberg e Barbra Streisand. As realizações desses indivíduos ilustram um dos traços característicos da experiência dos imigrantes nos EUA, e que foi a oportunidade de desenvolver-se e produzir bens materiais e imateriais que mudaram a face do mundo sem ter como sustentação nem o poder político nem a riqueza familiar. Os 218 homens e mulheres que receberam votos serão incluídos numa base de dados interativa que ficará disponível aos visitantes do Museu.

Onde estão as fotos históricas de Wolf Reich?


A memória coletiva precisa da generosidade individual para consolidar-se. Onde estão as fotografias da comunidade judaica carioca feitas por Wolf Reich antes da Segunda Guerra? O jornalista e escritor Alberto Dines as está buscando para mandar copiá-las, restaurá-las se for necessário, e montar um acervo onde elas serão exibidas com destaque. As fotos serão devolvidas imediatamente após a cópia e seus proprietários receberão todas as menções e todos os devidos agradecimentos públicos (informações podem ser transmitidas via Museu, telefones 2240-1598 e 2524-6451).

Reich, que chegou ao Brasil antes da Primeira Guerra, era, além de fotógrafo, exímio desenhista, uma figura conhecida na Praça XI dos anos 1930. Fotografava crianças, jovens, homens e mulheres, registrava casamentos, festas de bar mitzvah e eventos variados no restaurante Schneider, reduto dos imigrantes. Ia de casa em casa carregando seu pesado equipamento. Morava sozinho num quarto na rua Santana e vivia bêbado, recorda Dines, cujo pai, Israel, conseguiu que ele ocupasse o porão (rés-do-chão) da Sociedade Beneficiente Israelita, Relief, na rua Joaquim Palhares. Ali o fotógrafo fez um pequeno estúdio e montou o seu laboratório.

Dines acredita que a foto de Stefan Zweig com o Pão de Açucar ao fundo foi feita nesse estúdio, com um cenário pintado por Reich. O fotógrafo morreu louco num asilo e seu túmulo ainda não foi localizado.

O cinema judaico na Cinelândia (por Iêda Rozenfeld*)

Cena do filme “The American Matchmaker” (1940).     
Entre as duas Grandes Guerras, chegaram ao Brasil imigrantes judeus da Europa Oriental cuja língua materna era o ídiche. Nas principais cidades do país, onde se estabeleceram cheios de esperanças e ansiosos por refazer suas vidas, eles reproduziram, como puderam, suas ligações com o passado. Tudo que representasse um vínculo afetivo com o mundo que deixaram para trás, era válido, confortador. Mas, além da língua e da religião, foram duas manifestações artísticas - o teatro e o cinema - que se tornaram as mais valiosas formas de expressão desses imigrantes nas diferentes comunidades onde se estabeleceram.
(...)
No Brasil, entre as duas guerras, testemunha-se a constante tentativa de se estabelecer aqui uma indústria cinematográfica, a partir, por exemplo, de experiências relativamente bem sucedidas como as da Cinédia (1930), Brasil Vita Filme (1934), Sinofilmes (1937), Atlântida (1941) e a Vera Cruz (1949). Apesar de inúmeros sucessos de público, entretanto, a atividade cinematográfica se esforça para sobreviver em um mercado dominado por produções estrangeiras, majoritariamente norte-americanas. Em Hollywood se construiu, com o capital e a imaginação de imigrantes judeus, uma verdadeira usina de sonhos. 

Para ler este artigo na íntegra e ver mais sobre o tema clique em CenaCine

* Iêda Rozenfeld é cineasta e documentarista

Dívidas que salvam

A piada abaixo é cortesia de Al Kustanowitz, “blogueiro-chefe” do site http://www.jewishhumor.central.com/. Ele coleta humor judaico há 23 anos e também pode ser lido em http://www.kustanowitz.com/

Sheldon e Marlene estão voando para a Austrália para duas semanas de férias nas quais celebrarão seu 40º. aniversário de casamento. No meio do vôo, o comandante anuncia pelo alto-falante:

“Senhoras e senhores, tenho más notícias. Todos os nossos motores estão em pane e tentaremos um pouso de emergência. Por sorte, vejo bem abaixo de nós uma ilha que não está no mapa, e suponho que conseguiremos aterrissar na praia. Mas corremos o risco de nunca sermos resgatados e de termos que viver na ilha pelo resto de nossas vidas”.

Graças à competência da tripulação, o avião aterrissa em segurança. Ninguém fica ferido. Uma hora mais tarde, Sheldon pergunta à esposa:

"Marlene, já pagamos nossa cota da Sinagoga Oheh Kessef?"

"Não, querido," ela responde, "ainda não".

Sheldon, ainda tremendo por causa do pouso forçado, faz outra pergunta:

"Marlene, enviamos a mensalidade do Fundo Judaico Unido?"

"Oy, não! Desculpe, esqueci de enviar o cheque”, diz ela.

"Mais uma coisa, Marlene, você se lembrou de pagar ao Fundo de Construção de Sinagogas este mês? " ele indaga.

"Oy, oy, oy, perdão, Sheldon," implora Marlene. "Também não fiz o cheque".

Sheldon agarra a mulher, abraça-a com força e lhe dá o beijo mais apaixonado dos últimos 40 anos.

Marlene o empurra e pergunta: " E então, por que você me beijou?"

Sheldon responde ..... "Eles vão nos encontrar."

Museu da Tolerância em lugar sagrado islâmico continua a provocar incômodo

Mais uma pedra no caminho da iniciativa do Centro Simon Wiesenthal de construir um Museu da Tolerância em Jerusalém: o arquiteto Frank Gehry anunciou que está se retirando do projeto. Todas as referências a Gehry (cujo sobrenome era originalmente Goldberg e que foi o arquiteto do Guggenheim de Bilbao, entre outros ícones da arquitetura contemporânea) e suas imagens foram retirados do site do Centro, que tem um Museu da Tolerância em Los Angeles desde 1993.

Os adversários do projeto, avaliado em 250 milhões de dólares, esperam que a retirada seja a gota d’água que faça o Centro recuar definitivamente da polêmica construção, que muitos chamam de megalomaníaca e despropositada, ademais de ser acusada de dessacralizar um local sagrado islâmico, o cemitério Mamilla. A Corte Suprema de Israel rejeitou, em 2008, a petição contrária à obra, alegando que não haviam sido interpostas objeções quando um estacionamento fora construído em parte do antigo cemitério, em 1960.

Entre os adversários do projeto está a poderosa Conferência Central de Rabinos Americanos, grupo que representa 1.500 rabinos reformistas. Eles conclamaram o Centro a encontrar outro local para seu Museu, alegando ser no mínimo contraditório erguer um espaço pró-tolerância num pedaço de terra onde os islâmicos fazem enterros há 800 anos.

O Centro Wiesenthal argumenta que em 1920 as autoridades islâmicas de Jerusalém autorizaram a remoção de ossos do cemitério para permitir a construção do Palace Hotel, mas o argumento foi contestado com documentos pelo antigo reitor da Universidade Hebraica, Yehoshua Ben-Arieh, especialista em geografia de Jerusalém, segundo o qual o hotel foi construído ao sul dos muros do cemitério.

O professor Yehoshua Ben-Arieh diz: "Construir o museu [ sobre o cemitério islâmico ] criará uma situação irreversível que prejudicará várias gerações e será um precedente extremamente perigoso". Segundo ele, a obra tornará possível reivindicar que cemitérios judaicos em Israel e no exterior também sejam derrubados para dar lugar a prédios de propósitos diversos.