8.3.10

Judeus há 200 anos na Amazônia

Família de Max Diniz Fima, Alenquer, Pará (foto de Sergio Zalis, acervo do Museu da Diáspora em Tel Aviv): simbolos religiosos em convivência pacífica

Túmulo do "rabino santo", em cemitério cristão, motivo de peregrinação por conta da fama de "milagreiro" (foto S.Zalis) 

A imigração de judeus do Marrocos para a Amazônia começou em 1810. Eles vinham atraídos pelas promessas de liberdade e riqueza, mas tiveram que trabalhar muito para sobreviver. Como mascates, pecorreram incansavelmente os 3.800 quilômetros de rios que ligam Manaus a Belém. Instalaram-se em distintos povoados, construíram famílias, prosperaram, mantiveram alguns costumes e integraram-se. Hoje, quando essa imigração completa 200 anos, tudo indica que haja cerca de 60 mil “caboclos” de origem judaica na região. Assim, traços indígenas e sobrenomes como Levy ou  Benzaquen, portados com orgulho por famílias cristãs, fazem parte do cotidiano de um Brasil que não nega a mistura.

Na próxima quarta-feira, 17 de março, a partir das 19 horas, tudo isso será mostrado na sinagoga Shel Guemilut Hassadim (rua Rodrigo de Brito 37, Botafogo), no documentário Os Hebraicos da Amazônia (realização do jornalista e escritor Henrique Veltman, produção de Henrique Goldman) e na palestra Judaísmo na Selva, pelo presidente do Museu Judaico, Max Nahmias. A entrada é franca. O autor da lei que institui o Dia da Imigração Judaica no Brasil, deputado Marcelo Itagiba, estará presente.

Clique AQUI para ler artigo de Veltman, com remissão para texto integral, sobre o tema. Ele e o fotógrafo Sergio Zalis foram incumbidos em 1983, pelo Beth Hatefusot, o Museu da Diáspora da Universidade de Tel-Aviv, de documentar a saga dos judeus marroquinos na Amazônia. As fotos estão no acervo da instituição e nunca foram vistas, em seu conjunto, no Brasil.