6.9.10

A guerra bate à porta: relações entre judeus e muçulmanos em Marselha durante a Guerra do Golfo (1991)


(Por Maud S. Mandel)
No dia 2 de agosto de 1990, o Iraque invadiu o Kuait, desencadeando a primeira crise no Golfo Pérsico. No mês de janeiro de 1991, diante do fracasso das sanções econômicas da ONU em forçar a retirada do Iraque, os Estados Unidos e uma coalizão de trinta e quatro nações invadiram o país. Embora Israel não tenha participado, esta breve guerra – finda em 28 de fevereiro – não pôde deixar de atingir o permanente conflito árabe-israelense. Não apenas o presidente do Iraque, Saddam Hussein, decidiu jogar mísseis em Tel Aviv, dando início a uma crise secundária acerca do potencial envolvimento de Israel, como também apelos à solução da questão palestina como parte de um arranjo regional circularam amplamente. Para muçulmanos e judeus, observando de longe os acontecimentos, a Guerra do Golfo tornou-se então mais do que um conflito ligado à independência do Kuait, a direitos sobre o petróleo ou ao imperialismo ocidental. Tornou-se, em vez disso, um termômetro das relações judaico-muçulmanas ao redor do mundo. (

O parágrafo acima abre o artigo de Maud S. Mandel publicado no número 3 da revista eletrônica do NIEJ (Núcleo Interdisciplinar de Estudos Judaicos, do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ). Vale a pena entrar e ler, entre outros articulistas, Marcio Seligmann-Silva analisando o filme A Fita Branca.