Numa sequencia de postagens sobre a Segunda Guerra Mundial e a Argentina, o correspondente do Estado de São Paulo em Buenos Aires, Ariel Palacios aborda, entre outros temas, o neonazismo no país e o sadismo "especial" com que os torturadores trataram os prisioneiros judeus durante a última ditadura militar (1976-1983). Ariel Palacios também fala de livros, inclusive um "guia turístico" que provocou protestos da comunidade judaica. Leiam mais em http://blog.estadao.com.br/blog/arielpalacios . Aqui, parte do post do jornalista:
"Daqui vocês podem ver a Cordilheira dos Andes, o lago Nahuel Huapi...e ali, no meio do bosque, a última residência de Adolf Hitler e Eva Braun. Ali Hitler morreu em 1960”.
A insólita frase pode ser pronunciada ocasionalmente pelos guias aos turistas que visitam a cidade de Bariloche, na Patagônia, no sul da Argentina. Ali, segundo um polêmico livro, teria se refugiado o tenebroso Führer do Terceiro Reich após o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945.
Hitler, afirma a obra, não deu um tiro na cabeça (junto com uma cápsula de cianureto que mordeu) na Berlim bombardeada pelos soviéticos. Segundo o livro, teria falecido tranquilamente, anos depois, em Bariloche.
A obra é “Bariloche Nazi – Lugares Históricos Relacionados com o Nacional-Socialismo”, do jornalista e escritor Abel Basti. O livro é um peculiar guia turístico para percorrer o “lado nazista” dessa cidade com look bávaro alpino no sopé dos Andes.
Além da fantasiosa última residência de Hitler, o guia mostra com detalhes as casas e os lugares reais onde passeavam e se reuniam dezenas de criminosos de guerra que comprovadamente passaram pelo país.
Esse é o caso de Erich Priebke e Reinhard Koops - que nos anos 40 e 50 se esconderam nessa cidade. Outros nazistas, como Walter Kutschmann, Josef Schwammberger e Abraham Kipp também teriam passado pelo lugar. Na época, Bariloche não passava de um vilarejo afastado da civilização, a 13.500 quilômetros das fumegantes ruínas de Berlim.
Ali se esconderam nazistas alemães e austríacos, bem como croatas “ustaschas”, belgas, fascistas italianos e colaboracionistas franceses.
Calcula-se que no pós-guerra, sob o governo do general Juan Domingo Perón, mais de 1.300 criminosos de guerra passaram pela Argentina, muitos dos quais acabaram residindo no país.