15.6.08

Percurso de Tatiana



O percurso de Tatiana a leva à Turquia, terra dos avós, e a Portugal, onde nasceu durante o exílio dos pais e berço ancestral idealizado dos sefaradim que,
expulsos no século XV, espalharam-se pelo Império Otomano. Seu texto é fragmentado e emprega múltiplas vozes com maestria.

Carregando consigo a simbólica chave do lar perdido (chave que está sempre à mão porém não abre portas concretas; abre, sim, a possibilidade de encontrar as raízes e entender-se a partir delas), a autora e seu alter-ego trafegam com altivez por situações extremamente dolorosas, como a doença, agonia e morte da
mãe e a rudeza de um amante cruel. A vida não é apenas dor, porém sem dor não há escrita nem se sai do lugar, reflete Tatiana em seu mergulho existencial, fazendo o leitor mergulhar com ela.