7.8.08

Em busca de solução para a mulher aguná

Um grupo de rabinos ortodoxos reuniu-se em segredo na Universidade de Manchester, Inglaterra, há duas semanas, para discutir soluções para as mulheres que não conseguem obter o divórcio: a notícia, do Haaretz, informa que o grupo, que incluía Shlomo Daichovsky, o juiz mais antigo da suprema corte rabínica em Jerusalém, busca redigir um adendo para a ketubá, o contrato matrimonial judaico, que possibilitaria anular o casamento se o marido recusar-se a conceder o divórcio. Desse modo, a esposa não ficaria para sempre na condição de aguná (literalmente, acorrentada) e poderia se casar novamente.

Segundo organizações femininas, há milhares de mulheres, em Israel e outros países, que tiveram o divórcio recusado pelos maridos. Não vivem mais com eles, mas não conseguem refazer suas vidas de acordo com a lei judaica, pois esta diz que continuam presas pelo contrato. Entre as alternativas consideradas na reunião, e descartada por ser muito ousada, estaria a de permitir que rabinos desconsiderassem o contrato e liberassem, em alguns países, o casamento civil da mulher aguná. Outra idéia foi a de introduzir acordos pré-nupciais impondo multas aos maridos que se recusarem a dar o divórcio. Esse tipo de acordo já está em pleno uso nas comunidades ortodoxas dos EUA.