Se você é, como eu, fã de carteirinha dos irmãos Joel e Ethan Coen, pode ler tudo sobre eles em http://coenbrothers.net/blog. Foi lá que acabei de saber que o filme A Serious Man (a história da desagregação da família Gopnik no final dos anos 60) não ficará pronto a tempo de concorrer ao Festival de Cannes, em maio.
Nada menos que oito dos 13 filmes da dupla já estiveram em Cannes. E eles ganharam o último Oscar de melhor filme, direção e roteiro por Onde os fracos não têm vez. Os irmãos dizem que entre seus planos no futuro próximo está a filmagem do livro The Yiiddish policemen's union / Academia Judaica de Polícia (editora Companhia das Letras).
E que livro!!! De zero a dez, eu daria dez para este texto de ficcão irônico, contundente, empático, de Michael Chabon, com excelente tradução de Luiz A. de Araújo e glossário de George Shlesinger.
Chabon, considerado um dos mais originais escritores norte-americanos contemporâneos, cresceu ouvindo os avós maternos falarem idish, e já teve seu livro Garotos Incríveis levado ao cinema. Academia é um inusitado romance policial noir cheio do som do idish, misturado ao "americano", e de referências judaicas. Um derrotado e pessimista detetive Meyer Landsman, sempre acompanhado por seu primo filho de judeu com índia, faz lembrar os anti-heróis de Hammett e Chandler, só que circulando num Alasca transformado em terra provisória cedida aos judeus pelos EUA depois da derrota para os árabes em 1948.