Nascida em Turim numa família judia burguesa, Rita se escondeu quando o governo fascista de Mussolini impôs restrições aos judeus, durante a Segunda Guerra, e viveu um tempo fora do país. Tornou-se uma das mais respeitadas neurocientistas da atualidade. Em 1986, dividiu o Nobel de Medicina com o norte-americano Stanley Cohen pela descoberta dos mecanismos que regulam o crescimento celular, o que vem a ter consequências para as pesquisas ligadas a doenças do envelhecimento, como o mal de Alzheimer.
A cientista diz, no livro Elogio da Imperfeição[Editora Nobel, São Paulo, 1991, tradução de Marcella Mortara & Valerio Mortara], que o nazismo e o fascismo apelaram ao cérebro “emocional” dos povos alemão e italiano, conduzindo-os sem apelar para a razão.
“A razão é filha da imperfeição dos seres humanos. Nos invertebrados, tudo está programado: eles são perfeitos. Já nos seres humanos, imperfeitos, o recurso à razão e à ética se tornou essencial, o mais alto grau de evolução darwiniana”.Sobre sua recusa ao papel que a família esperava dela, lembra:
"Desde menina tive o empenho de estudar. Meu pai queria me casar bem, que fosse uma boa esposa, boa mãe... E eu não quis. Fui firme e confessei que queria estudar...Meu estimulo foi também o exemplo do médico Albert Schweitzer, que estava na África para ajudar com a lepra. Desejava ajudar aos que sofrem, isso era meu grande sonho!”[hoje Rita Levi Montalcini apóia projetos que ampliam a escolaridade das meninas em países africanos].