“ (...) Primeiro, pode ser que a demissão do JB não tinha nada a ver com o fato de Clarice ser judia, mas como verá no meu livro, não estou acusando o Nascimento Brito de ser antissemita. Disse que ele precisava agradar ao General Geisel. É uma história complicada, mas não há grande dúvida que a solução encontrada foi a de demitir os judeus. Pode ser uma fantasia, mas o fato é que os judeus, pouco depois da guerra de Iom Kipur, foram, com uma só excessão, demitidos, e que todos acreditaram que foi por isso. O filho da Clarice me disse há poucos dias que ela, sim, acreditava que foi porque era judia, e pode falar com o Alberto Dines se houver outras dúvidas.
Mas pode haver outras opiniões. Onde não pode haver outras opiniões é aqui, quando você escreve o seguinte: "Diz Noga: "A "Chevra Kadisha" não é, como o autor faz soar, uma entidade ortodoxa que só atende a celebridades ou grandes místicos, não, gente. "Chevra Kadisha" é o nome em hebraico [turma santa] de quem provê serviços funerários, lavagem de cadáveres e todo o resto. Tem uma "Chevra Kadisha" em qualquer comunidade judaica (no Brasil, e, imagino, no resto do mundo), quem quiser aí pode conferir".
Se você olhar no livro, vai ver a seguinte frase: (p. 557 da ed. brasileira): "Quatro mulheres da sociedade funerária, a Chevra Kadisha, limparam seu corpo por dentro e por fora, envolveram-no num lençol de linho branco, pousaram sua cabeça num travesseiro cheio de terra, e a cravaram dentro de um caixão simples de madeira."
Não vejo onde digo que a Chevra Kadisha "só atende a celebridades ou grandes místicos." Isso é um ataque absolutamente absurdo e agradeceria a correção".
7.12.09
Benjamin Moser corrige interpretação de escritora brasileira sobre trecho de sua biografia de Clarice Lispector
Recebi e-mail de Benjamin Moser, autor da recém-lançada em português biografia de Clarice Lispector (editora Cosac Naify), solicitando correção à interpretação de Noga Sklar sobre trechos do seu livro (leia aqui a entrevista de Moser sobre aspectos judaicos de Clarice).