É difícil explicar para um chinês o que é um judeu, mas ambos compartilham o conceito do guanxi – que significa, literalmente, “relacionamento” (a rede de contactos que ajuda nos negócios e na vida cotidiana): a explicação está num bem humorado ensaio de Gabriel Wildau, professor norte-americano que vive em Beijing, para o site http://www.jewcy.org/ A familiaridade com o conceito permite a alguns chineses reconhecer que o judaísmo não é simplesmente uma cultura ou uma religião. Em geral, porém, os chineses não conhecem os judeus, apenas dez mil em 1,3 bilhão de habitantes. E, quando conhecem, diz Wildau, pensam que são um grupo minoritário de origem norte-americana e que tem também um país, Israel.
Se Wildau informa que as raízes do judaísmo são similares às do cristianismo, seu interlocutor invariavelmente lhe pergunta por que ele não freqüenta uma igreja. “Meu primeiro instinto é dizer que não sou um judeu observante, que sou secular. Mas essas duas noções complexas não têm tradução precisa para o mandarim”, conta ele, que eventualmente freqüenta a sinagoga Chabad local, para encontrar outros judeus expatriados, comer e beber, ainda que não se identifique com o rabino nem saiba rezar.
Atualmente, conta ainda Wildau, a Ásia, e não só a China, foi inundada por livros de auto-ajuda que prometem revelar os “segredos de negócios dos judeus”, entre eles sobrenomes famosos, como os Rotschilds. Alguns títulos: "The Eight Most Valuable Business Secrets of the Jewish" [Os oito segredos de negócios mais valiosos dos judeus] "The Legend of Jewish Wealth" [A legenda da riqueza judaica], "Jewish People and Business: The Bible of How to Live Their Lives" [O povo judeu e os negócios: a Bíblia de como viver a vida deles] "Jewish Entrepreneurial Experience and Business Wisdom" [Experiência empreendedora judaica e sabedoria empresarial].