22.11.10

SAMUEL BENCHIMOL: UM POUCO-ANTES, ALÉM-DEPOIS - por José Ribamar Bessa Freire

" Numa crônica divertida, Nelson Rodrigues afirma que os ingleses não existem. A Inglaterra é, portanto, uma paisagem sem ingleses. O inglês, tal como o imaginamos - o gentleman de porte altivo, maneiras elegantes, dotado de sense of humour - é produto da nossa fantasia. Quem, então, mora na Inglaterra? São pessoas como os hooligans, aqueles torcedores violentos, estúpidos e bárbaros. Nelson Rodrigues abre uma exceção: "o único inglês da vida real, de fala mansa e sentimentos nobres, vive no Rio de Janeiro, é o escritor brasileiro Antônio Callado".

As exceções certamente seriam duas, se o cronista tivesse conhecido Samuel Benchimol, nascido ali, na rua Quintino Bocaiúva, em Manaus, no dia 13 de julho de 1923. Paraense por parte do pai, Isaac, cujo berço foi o barranco do rio Tapajós, e amazonense por parte da mãe, Nina, nascida em Tefé, esse canceriano honrou sua dupla identidade amazônica. Mas, apesar disso, continuou sendo um inglês legítimo, porque sóbrio, discreto, elegante, transpirando serenidade, polidez, delicadeza. Enfim, um lorde, de fino trato, com o seu "perfil de medalha, de moeda".

Nos 200 anos da comemoração do judaísmo amazônico, vale a pena ler a íntegra deste artigo sobre o professor Samuel Benchimol no site http://www.taquiprati.com.br/cronica.php?ident=308 O artigo foi publicado pela primeira vez em 08/07/2002 no Diário do Amazonas.